Em 31 de agosto, esta quarta-feira, é comemorado o Dia do Nutricionista, profissional cujo trabalho é indispensável para muita gente, em busca de mais saúde e autoestima, além de melhor desempenho físico. O F5 News conversou com a nutricionista Sara Travassos, especializada em Nutrição Esportiva pela Universidade de São Paulo (USP), que orienta os caminhos para se manter uma dieta adequada ao perfil de cada um, e quais as dificuldades a prejudicarem esse propósito.

“É importante salientar que a nutrição está em todas as fases da vida de um ser humano, do bebê ao mamar, ao idoso acamado utilizando uma sonda. Comer está intimamente ligado a quem somos, o que queremos, o que pensamos, onde vivemos e no que acreditamos”, disse ela ao F5 News.

Não é de hoje que o “seguir a dieta” causa calafrios em algumas pessoas. Por muito tempo a idéia de comer corretamente esteve ligada a pratos pouco saborosos, nada atraentes ao paladar de quem os ingerisse. Essa impressão se mostra, porém, cada vez mais equivocada, especialmente com o avanço das técnicas culinárias, e nas orientações de profissionais nutricionistas, provando que é possível atingir metas com prazer - e não com sofrimento. 

“Costumo dizer que o nutricionista é como uma bússola que te guia na direção correta e não alguém que impõe, mas que ensina e auxilia seus pacientes a alcançar a autonomia alimentar, promovendo saúde e qualidade de vida com aquilo que tivemos contato durante nossa vida inteira, o alimento”, diz Sara Travassos.

Mas o que realmente impede alguém de seguir uma orientação alimentar? De acordo com a nutricionista, existem alguns fatores que possivelmente contribuem para dificultar o processo, a começar pela imagem da dieta intimamente ligada à restrição e ao sofrimento. "Precisamos desconstruir esse conceito de que, para ter um corpo saudável, você precisa necessariamente seguir uma dieta padronizada. Cada indivíduo é único e, para que haja realmente resultados significativos para os nossos pacientes, precisamos usar muito mais que uma prescrição dietética padronizada”, alerta. 

A profissional ainda salienta que a nutrição depende totalmente de cada indivíduo, de fatores particulares como disponibilidade, humor e a forma como cada organismo irá se adaptar. “A nutrição não é uma ciência exata, ao produzirmos prescrições e orientações dietéticas tomamos como base o comportamento alimentar daquele indivíduo, porém a principal dificuldade das pessoas é a rotina cansativa que propicia a piores escolhas alimentares, os sentimentos como medo de engordar, ansiedade, a falta de planejamento da alimentação e a falta de informação de qualidade sobre nutrição”, disse Sarah ao F5 News.

Adequar a alimentação de um indivíduo requer um cuidado que, por sua vez, requisita conhecimentos específicos. De acordo com o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), hoje atuam no Brasil quase 132 mil profissionais da área. Como base de comparação, há dez anos eles eram aproximadamente 56 mil. O crescimento significativo denota o maior interesse que a nutrição devidamente qualificada vem despertando. 

É preciso ter cautela com as dietas tidas como "da moda", que incluem até alguns procedimentos bizarros, sem qualquer base científica ou adequação individual, facilmente encontráveis na internet. “Embora clichê, vale destacar que o nutricionista é o único profissional de saúde que está totalmente apto para a realização de prescrição de dietas e a assistência nutricional, de acordo com a Lei nº 8.234/1991. Com certeza, muitas vezes recebemos pacientes que não precisavam de dieta, precisavam de acolhimento, conhecimento sobre alimentação e nutrição e auxilio para a mudança de hábitos", registra Sara Travassos.

Ela encerra a conversa com o F5 News dando esperança a quem é refratário a qualquer proposta de reeducação alimentar: "Como costumo dizer, nós não devemos nos encaixar na dieta, a dieta deve se encaixar a nós. Se sua dieta te deixa triste, ela não é sua dieta”.