Lançamento da memória da coluna social reúne intelectualidade sergipana | F5 News - Sergipe Atualizado

Cultura
Lançamento da memória da coluna social reúne intelectualidade sergipana
Livro do professor Jorge Carvalho percorre história do nicho no Jornalismo do estado
Cotidiano | Por Monica Pinto 14/07/2023 12h46


O professor, jornalista e escritor Jorge Carvalho do Nascimento lançou nesta quinta-feira (13) o livro “Memórias do Jornalismo e da Coluna Social: Das Lunetas do Lord Gil ao @LuxoAju” – sua 31ª publicação, a maioria das quais voltadas à História da Educação, campo que o pesquisador adotou como foco de décadas de pesquisas.

Confira tudo sobre o livro na entrevista com o autor

A tarde/noite de autógrafos reuniu no Museu da Gente Sergipana, em Aracaju, grande parte da intelectualidade sergipana, com profissionais de variadas esferas de atuação. Um exemplo está no psiquiatra José Hamilton Maciel Silva, para quem Jorge Carvalho é “um escritor de repetidas vitórias, que se transformou em uma referência nacional”. 

O ex-governador de Sergipe e ex-prefeito de Aracaju Jackson Barreto lembrou de um perfil de ineditismo do autor, que foi seu secretário de Educação em ambas as passagens pelo Executivo.

“Para fazer uma pesquisa sobre a crônica social tem que ter uma compreensão da época, do tempo, das pessoas. E Jorge Carvalho, como eu, é de origem popular, nunca estivemos nas crônicas sociais; acho interessante e revolucionário ele ter a visão de focar esse tema, que sempre foi um tema privado da elite. Jorge Carvalho, como um homem de origem popular, furou esse bloqueio e passou a ser comentado por tudo e por todos”, afirmou Jackson.

O professor José Fernandes de Lima, ex-reitor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), destacou ao portal a relevância desse resgate sistematizado no livro: “Jorge Carvalho utilizou seus conhecimentos como historiador e, ao mesmo tempo em que ele fez as entrevistas e contou a memória da coluna social, ele também está contando a história do estado de Sergipe”.

Outro aspecto levantado por Lima é a contribuição do autor às novas gerações de pesquisadores. “Muitas pessoas no Jornalismo, e que também dão aula na Universidade, foram alunos de Jorge. Quanto mais ele se destaca, apresenta novos trabalhos, mais ele entusiasma essas pessoas a que possam seguir o mesmo caminho”, disse ao portal.

Foi precisamente o que aconteceu com o hoje secretário de Educação de Aracaju, Ricardo Abreu, que teve Jorge Carvalho como orientador de seu mestrado em 2004. “As minhas primeiras pesquisas em História da Educação foram através dos livros que ele me recomendou e isso fez com que eu tivesse nele a figura de uma liderança intelectual”, disse ao F5 News.

Abreu relata que, também no doutorado em Linguística, foi influenciado positivamente em sua trajetória acadêmica pelo então professor, hoje aposentado. A seu ver, no livro em lançamento foi usado todo um arcabouço de conhecimentos. “Jorge Carvalho, além de vivenciar o ambiente da Academia, vivenciou integralmente o ambiente da própria cidade e do estado. No conjunto da intelectualidade de Sergipe, ele está na prateleira de cima”, comentou.

A jornalista Clara Angélica Porto externou ao F5 News a capacidade produtiva de Jorge Carvalho como escritor e pesquisador e, especificamente quanto ao livro sendo lançado, a posição significativa que vai ocupar. “Acho importantíssimo tentar preservar a história do jornalismo sergipano, da qual eu faço parte”, disse, lembrando que ingressou na vertente da coluna social aos 17 anos, na Gazeta de Sergipe, de Orlando Dantas. Mas, desde os 12, já contribuía com poemas para a coluna de Carmelita Fontes naquele jornal.

Na década de 80, ao retornar para Sergipe depois de um período casada e morando nos Estados Unidos, Clara abriu, em sociedade com o colega e amigo Luís Eduardo Costa, o jornal “O que”. Nele, ela assume orgulho por se tornar a primeira mulher a fazer análise política no estado e, ainda, a primeira editora de um veículo de comunicação local. “Esse trabalho de Jorge resgata uma memória importantíssima do jornalismo de Sergipe”, reforçou ao F5 News.

Para o jornalista Márcio Lyncoln, igualmente um dos enfocados na obra, o livro representa principalmente reconhecimento. Antenado com as transformações tecnológicas midiáticas, ele analisa que o colunismo social – como se fazia no passado – acabou. “Quem viajava para o exterior, que era uma coisa rara, quem tinha roupa importada ou de grife, enfim, tudo isso era o colunista social quem informava. Hoje com o advento da Internet e das redes sociais não precisa, você mesmo faz o seu colunismo e você mesmo pode divulgar as suas fotos”, disse ao F5 News.

Márcio se adaptou aos novos tempos e diz não se entristecer diante do ocaso de um nicho onde militou por muitos anos e construiu uma sólida carreira. “Quando você passa a fazer um trabalho de internet, você não escreve para sua aldeia, você escreve para o mundo. E um detalhe, quando eu falo de Aracaju eu tenho que colocar Aracaju, Sergipe, porque nem todo mundo sabe e nem tem a obrigação de saber que Aracaju é a capital de Sergipe”, diz o jornalista, que lançou o portal Bacanudo, enfocando assuntos diversos, entre os quais os meandros da vida em sociedade, agora com alcance livre de divisas ou fronteiras.  

O jornalista e publicitário Carlos Cauê, secretário de Comunicação de Aracaju, avalia a produção acadêmica e intelectual de Jorge Carvalho como necessária para Sergipe, para a compreensão do estado ser como é, se reconhecer através do que o autor vasculha na história por intermédio de suas pesquisas.

No caso da obra sendo lançada naquele evento, ele analisa que supriu uma lacuna. “Precisava se passar em revista a produção que a imprensa conseguiu veicular e ele começa com o colunismo social, que é uma área muitas vezes um pouco menosprezada, deixada de lado, na Espanha chamada de ‘periodismo rosa’, o que não é verdade”, diz Cauê.

“O mundo da sociedade e esses queixumes que se exalam a partir da convivência social são um retrato da sociedade que temos – e isso é aqui, em Londres, em Paris ou nos Estados Unidos. Talvez seja o momento onde o tecido humano mais aflore, pelo poro da coluna social. O livro vai servir a todos nós”, completa.

O escritor Jorge Carvalho do Nascimento externou ao F5 News ter cumprido seu objetivo com a festa de lançamento de “Memórias do Jornalismo e da Coluna Social: Das Lunetas do Lord Gil ao @LuxoAju”. “Consegui reunir meus amigos, meus amigos jornalistas, os da crônica social, amigos da vida acadêmica, amigos da vida, enfim”, disse. “O livro foi um bom motivo para reuni-los e celebrar com eles”.

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