Mulher não teria recebido ajuda para ocultar corpo em geladeira, diz delegado
Ela não recebia visitas e tinha o perfil reservado, diz o delegado Tarcísio Tenório Cotidiano | Por F5 News 28/09/2023 12h34 - Atualizado em 28/09/2023 16h05De acordo com informações divulgadas pelo delegado Tarcísio Tenório, da Polícia Civil de Sergipe, nesta quinta-feira (28), durante coletiva de imprensa, a técnica de enfermagem de 37 anos investigada por ocultar o corpo do jornalista e radialista Celso Portella não teria recebido ajuda no processo.
No período de sete anos que o corpo ficou escondido na geladeira do apartamento, a suspeita teria recebido poucas visitas - ou nenhuma.
"Não conseguimos identificar pessoas que frequentavam [a casa]. Pelo contrário, a informação que temos é que ela era muito reservada, que ninguém acessava aquele ambiente. A investigada não tinha muitas relações sociais. Essa hipótese não está sendo considerada", afirmou o delegado Tarcísio Tenório.
Respostas conclusivas para o caso serão entregues ao Poder Judiciário em até 30 dias. A suspeita segue internada em um hospital de custódia psiquiátrico.
"Nós temos o prazo de 30 dias a partir da instauração do procedimento já que a pessoa não se encontra presa preventivamente, ela está sob a medida cautelar de internação. Tecnicamente ela não está presa, está internada sob os cuidados do hospital de custódia psisquiátrica. Vamos concluir o inquérito até antes desse prazo e vamos encaminhar o que temos de informações a Justiça", disse o delegado.
Até o atual ponto da investigação, a mulher está sendo indiciada por ocultação de cadáver e maus tratos à criança de quatro anos.
A equipe de Perícia e Criminalistica seguem realizando análises no corpo de Celso para determinar a causa da sua morte.
Morte por queda é uma hipótese
A teoria de que Celso Portella estivesse acamado antes da sua morte não está sendo considerada pela Polícia Civil. No entanto, segundo Tarcísio Tenório, a vítima apresentava problemas de saúde no joelho e tinha o laudo positivo para Mal de Parkinson.
"Temos informações que ele já era uma pessoa idosa. Ele teria 80 anos se vivo fosse. Sete anos menos ele já era uma pessoa idosa. Tem informação confirmada pelo IM de que ele tinha sido submetido a procedimentos cirúrgicos [no joelho]. Ele tinha mal de Parkinson confirmado. Isso daí os médicos vão poder responder, mas pode trazer questões de outros desdobramentos a ponto de justificar, por exemplo, uma queda. É uma hipótese a ser testada", detalhou o delegado.
Sobre Celso
Celso Adão Portella era natural de Ijuí, no Norte do Rio Grande do Sul, mas construiu a vida em Porto Alegre, tendo se formado em direito e jornalismo. Posteriormente, ele se mudou para Sergipe para trabalhar em instituições de ensino superior privado no interior sergipano. Ele tinha 11 irmãos e era pai de quatro filhos, com os quais não tinha proximidade, segundo investigações da Polícia Civil.
Relembre o caso
No dia 20 de setembro foi encontrado um corpo dentro de uma mala no interior de uma geladeira em um dos apartamentos de um edifício situado na rua Leonel Curvelo, no bairro Suissa, em Aracaju (SE).
O cadáver já estava em estado de decomposição e não foi possível identificar o gênero, disse na ocasião a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de Sergipe.
A técnica de enfermagem, de 37 anos, foi detida e teve a prisão preventiva decretada. Por conta da necessidade de estabilização, a mulher foi encaminhada ao Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Sergipe, onde está à disposição da justiça.