Aracaju tende a seguir para o segundo ano consecutivo sem a tradicional festa de Réveillon na Orla de Atalaia, em função da pandemia da covid-19. Hoje esse é o entendimento que prevalece na Prefeitura de Aracaju, segundo fontes ouvidas pelo F5News.

Mesmo com o avanço da vacinação e a pandemia sob controle, a circulação de novas variantes, incluindo a Delta, cuja transmissão comunitária já foi confirmada em Sergipe, e também o elevado número de pessoas que o evento costuma reunir, são encarados como empecilhos.

Em média, cerca de 100 mil pessoas se reúnem na festa da virada no principal cartão postal da capital sergipana. Além da dificuldade de controle do distanciamento social, há avaliação de que também seria complexo exigir o uso da máscara de proteção facial, já que naturalmente as pessoas consomem alimentos e bebidas durante as celebrações. 

Há cerca de dois meses, a questão entrou na pauta de reuniões do secretariado com o prefeito Edvaldo Nogueira (PDT). Apesar de uma ala do primeiro escalão, especialmente aquela mais diretamente ligada à organização, defender a realização da celebração de ano novo e também do Projeto Verão, o chefe do Executivo teria se mostrado reticente.

Última festa da virada em Aracaju ocorreu em 2019. Foto: André Moreira/PMA

Edvaldo, conforme apuração da reportagem, estaria alinhado ao entendimento da secretária da Saúde, Waneska Barbosa. Em entrevista concedida ao F5News na semana passada, a médica disse acreditar que a presença de novas cepas do coronavírus impedia uma ‘volta à normalidade' com o fim de alguns dos protocolos sanitários ainda no final deste ano.

O governo de Sergipe já decidiu que a limitação de público em eventos e atividades sociais serão extintas a partir do mês de novembro, se os indicadores da pandemia se mantiverem no patamar atual. Em Aracaju, por exemplo, 87,87% da população acima dos 12 anos, recebeu ao menos a 1ª dose de imunizante e 64,37% estão com o esquema vacinal completo.

Pelo país, destinos de norte a sul já se movimentam na organização das festividades. Rio de Janeiro, Balneário Camboriú, Fortaleza e Salvador, por exemplo, planejam celebrações com shows e queimas de fogos no dia 31 de dezembro.

E é justamente nesse embalo que a gestão municipal pode começar a ser pressionada a promover o evento. Por isso, a questão ‘ainda não está fechada’, segundo relatos obtidos pelo F5News. A demora no anúncio de eventos desse tipo, no entanto, historicamente, é criticada pelos setores da economia beneficiados.

Alta estação 

Mesmo não estando nas principais rotas turísticas, Aracaju costuma ter o setor aquecido durante o Réveillon graças à parcela dos viajantes que desviam das grandes festas em busca de sossego. E é justamente esse público que a gestão estaria interessada em atrair não apenas no começo do verão, mas ao longo de toda a alta estação. 

Nas últimas semanas, a Prefeitura anunciou um aporte de R$ 1 milhão em ações para impulsionar o turismo e também promoveu uma mudança na gestão da pasta responsável pela área, que passou a ser comandada pelo advogado Jorge Fraga, com a missão de posicionar melhor Aracaju no mercado nacional.