No Brasil, tradicionalmente, os católicos têm o costume de comemorar a tríade junina com a celebração de três santos. O período tem início em 13 de junho, quando é celebrado o dia de Santo Antônio, passando por 24 de junho, dia de São João, e terminando em 29 de junho, data em que é comemorado o Dia de São Pedro - o padroeiro dos pescadores e santo da chuva.

Reprodução/ Instagram

A história de Pedro é citada diversas vezes em passagens da Bíblia católica. Ainda em vida, ele trabalhava como pescador e chamava-se Simão, e seu novo nome foi concedido por Jesus, após receber um chamado do Cristo. É o que detalha ao F5 News o pároco Anderson Gomes, responsável pela Igreja São Pedro Pescador, localizada no bairro Industrial, na zona norte de Aracaju.

“Pedro, filho de Zebedeu, foi chamado por Jesus para deixar as redes de pesca para segui-lo na missão de anunciar o reino de Deus. Ele se tornou um apóstolo de Jesus e esteve presente em todos os momentos da vida de Cristo, presente na transfiguração, na negação de Jesus, durante o relato da paixão. O Santo morreu martirizado por pregar o evangelho e tornou-se, na tradição católica, o primeiro papa da igreja”, explicou.

E as comemorações deste dia vão muito além dos festejos juninos, já que, assim como no dia de Santo Antônio e de São João, a igreja católica também celebra o dia de São Pedro com ritos religiosos. Segundo Anderson, os fiéis se reúnem para ofertar a misericórdia, o sacramento e os bons valores, além de celebrar o dia do Papa, seguindo a tradição da religião.

“Quando celebramos a vida de um santo, queremos recordar qual é a nossa vocação, que é o amor. Celebrar a vida de um santo é celebrar aquilo que eu e você somos chamados a fazer na vida, amar, ofertar o bem, dar dignidade ao irmão que precisa. A missão de Jesus foi instaurar uma nova civilização, uma civilização que ia receber diretamente do coração de Deus e Deus pai, que nos comunicou e que permanece no tempo pela ação do Espírito Santo, que vive e fica tudo aquilo que a gente crê na vida da igreja”, disse o sacerdote ao Portal.

Relato de fé
Há 27 anos, as histórias da professora Joseilze Santos, 52 anos, e de São Pedro se encontraram, a partir do nascimento do seu primeiro filho, Arthur Vinícius. Desde então, a família criou o costume de acender uma fogueira em homenagem ao aniversário do primogênito e ao dia do Santo, além de nutrir o carinho, fé e respeito pela celebração.

O primeiro aniversário de Arthur foi temático de festa junina / Foto: Joseilze/Arquivo pessoal

Contudo, a coincidência entre as datas veio com certo sufoco. Inicialmente, o parto estava previsto para o dia 5 de julho, então toda a família já havia se planejado para receber o bebê naquele dia. Entretanto, os primeiros sinais de que Arthur estava para vir ao mundo começaram a aparecer no dia 28 de junho, com o rompimento da bolsa e as contrações.

“Por volta das 21h eu estava me preparando para ir à casa de minha irmã, porque ela tinha acendido uma fogueira e eu sempre gostei muito de festas juninas. No momento que chamei meu esposo para sair de casa, a bolsa rompeu. Comecei a ter contrações e tive que desistir de ir para a festa junina e ir à maternidade. Só que tinha um porém: eu tinha trocado de plano de saúde e estava com carência, que se encerraria no dia 28 de junho. Fiquei muito aflita e angustiada”, contou a professora ao F5 News.

Foi a partir desse momento que ela apelou para a sua fé e passou a rezar para São Pedro. “'São Pedro, me ajude a esperar até o dia 29'. Então quando mudou a data, que eu já tinha direito ao plano, fui admitida na maternidade e o trabalho de parto foi iniciado", concluiu a professora.

Na telinha
Uma maneira de conhecer mais sobre a jornada de São Pedro e sua importância na tradição católica é assistindo ao filme que conta sua história completa. Por meio dessa produção cinematográfica, é possível se envolver ainda mais com os detalhes da vida do santo, desde sua trajetória como pescador até sua transformação em um dos apóstolos mais influentes de Jesus Cristo. Confira: