Tristeza e indignação marcam velório da sargento Eliana Costa | F5 News - Sergipe Atualizado

Tristeza e indignação marcam velório da sargento Eliana Costa
Familiares esperam justiça e velocidade na resolução do caso
Cotidiano | Por Saullo Hipolito* 01/06/2018 11h00 - Atualizado em 01/06/2018 11h49


Uma mãe dedicada, uma profissional exemplar e uma cidadã capaz de ajudar qualquer pessoa, independente da posição social. É essa a imagem de Eliana Costa Silva que estará na memória dos seus dois filhos (13 e 7 anos), marido, demais familiares, amigos e colegas de trabalho.

“O sentimento é de tristeza, pois se tratava de uma pessoa benquista entre todos. A família perde o pilar principal que era Eliana, uma mulher capaz de resolver todos os problemas de quem estava a sua volta. Esperamos justiça no caso”, disse Jeilson Rodrigues, esposo da policial militar, morta em um assalto nessa quinta-feira (31).

A sargento Eliana era natural de Pão de Açúcar, em Alagoas, e integrava a Assistência Militar na Assembleia Legislativa (Alese) desde 1998. Fazia parte da Corporação desde 1993, época em que foi soldada combatente e logo em seguida 3º Sargento. Ela integrou a companhia de polícias femininas ainda nos anos 90 e foi homenageada no Dia Internacional da Mulher, em 8 de março deste ano.

"Eliana deixa um legado de muita alegria, por ser uma pessoa honesta, amiga, além de uma filha dedicada, uma mãe exemplar e uma esposa apaixonada. Não tinha defeitos, era uma pessoa honesta, temente a Deus, que colocou todos os seus filhos no bom caminho”, disse Jeilson.

O velório da militar foi tomado pelo sentimento de dor, impunidade e saudades. “Minha irmã, porque era assim que nos reconhecíamos, era muito religiosa, nos acalentava em momentos de dificuldade no que a gente precisasse, ela era uma mulher de força, nos dava uma palavra de conforto, sempre verdadeira, carinhosa. Mesmo sendo uma policial, era dócil, estava sempre pronta a ajudar qualquer pessoa, um exemplo de cidadã”, disse a subtenente da PM Elisângela Bonifácio.

Consternado, o irmão da vítima fez um apelo aos poderes por mais rigor nas leis. “Não é uma coisa que a gente espera acontecer conosco. Peço uma mudança nas leis, para que elas possam prender os meliantes e ter mais rigor. Não podemos deixar que um simples celular retire uma vida de uma mãe de família”, disse o vigilante Ermerindo da Costa.

A PM Elisângela fez força ao coro e criticou a legislação atual. “É necessária uma alteração, as pessoas precisam ter medo da prisão. Nós, policiais militares, trabalhamos como se estivéssemos fazendo nada. A gente leva o criminoso para a cadeia, mas infelizmente este é solto rapidamente. Assim, ficamos reféns da criminalidade. Esperamos que essa morte não fique nas estatísticas, a pessoa deve ser punida. O que é um celular perto de uma vida?”, disse a policial.

Para os amigos, Eliana Costa ficará marcada pela suas características mais simples. “Tive a oportunidade de conhecê-la quando trabalhei na Assembleia, era uma mãe e profissional exemplar, carinhosa, sempre com muito alto astral. A gente se compadece com a dor dos familiares e o que esperamos agora é ter justiça e levar o meliante à prisão”, disse o major Fabio Machado.

O caso

Durante a tarde do feriado de Corpus Christi, após ir à praia com sua família, a sargento Eliana foi ao cabeleireiro, deixando seu marido e filhos em casa. No retorno, quando caminhava próximo de sua residência, foi abordada por um marginal em uma bicicleta, que anunciou o assalto. Nesse momento, a policial teria reagido e por conta disso o indivíduo efetuou disparos que atingiram a região do seu tórax.

No confronto uma vizinha ainda desferiu golpes no criminoso com um cabo de vassoura, momento que ele fugiu. A PM chegou a ser socorrida e levada para o Hospital de Urgências de Sergipe (Huse), mas não resistiu aos ferimentos e morreu no caminho.

Segundo o irmão da vítima, Ermerindo Alves da Costa Neto, os familiares ficaram sabendo do caso por uma ligação. “Minha tia me ligou e disse que minha irmã havia tomado uns tiros. Ela pediu para não contar a meu pai e minha mãe, mas eles iriam acabar sabendo, então eu falei. Se eu saísse sem contar não me sentiria bem. Eu espero que nenhuma família sinta o que a gente está passando”, disse o vigilante.

Segundo a polícia, abalada, a testemunha principal do crime é aguardada para depor. O caso será investigado pelo Complexo de Operações Policiais Especiais. Nenhum suspeito foi preso até a última atualização desta notícia. 

O apoio da população será fundamental na resolução do assassinato. “O sentimento é de perda, de tristeza. Atrás da nossa farda há um ser humano que sangra e que é vítima também da violência. Pedimos à sociedade que faça sua parte pelos mecanismos dispostos, como o Disque Denúncia 181, de forma anônima, e ajude a polícia no caso”, disse o major Fábio Machado.

* Estagiário sob supervisão da jornalista Fernanda Araujo.

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