Mulheres vão às ruas cobrar a cassação do mandato de Agamenon Sobral
Política 10/06/2014 13h30Por Fernanda Araujo
Muitas mulheres de Aracaju acordaram cedo na manhã desta terça-feira (10) para pedir a cassação do mandato do vereador Agamenon Sobral (PP) por quebra de decoro. O ato feminista foi registrado desde a praça General Valadão, centro da capital, até a Câmara Municipal, onde ocuparam a galeria. As representantes de sindicatos, movimentos sociais e associações estão indignadas com as recentes e supostas declarações do parlamentar contra as profissionais médicas, professoras e de enfermagem, em especial tendo atingido com palavras de baixo calão a presidente do Sindicato dos Enfermeiros do estado, Flávia Brasileiro, em uma recente sessão da Casa.
“Somos mulheres e feministas, não votamos em vereador machista” e "Fora Agamenon" eram os gritos de guerra.
Segundo a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT/SE, Edjanária Borges, as declarações foram de cunho preconceituoso e discriminam a condição da mulher. “A gente lamenta profundamente. Ele atingiu a honra e a dignidade não só dela (Flávia) como de todas as mulheres. Quando a mulher é ofendida na sua honra e dignidade, isso extrapola totalmente o profissionalismo. Vamos combater isso, estamos denunciando para que isso não seja tratado como normal, como um destempero de uma pessoa que perdeu a paciência”, disse Edjanária, ressaltando que as próximas ações para cobrar atitude mais severa por parte da Câmara serão divulgadas posteriormente.Para a secretária, a atitude de Agamenon Sobral não condiz com a de
um parlamentar sério. “O representante do povo tem que ter dignidade e respeito, principalmente na Câmara de Vereadores, que representa o povo de Aracaju. Não se pode permitir esse tipo de comportamento descabido e incoerente”, afirma.A vítima da agressão ainda não comprovada, Flávia Brasileiro (foto acima), afirmou que tudo já está encaminhado na Justiça contra o vereador. Segundo ela, faltam apenas alguns documentos e gravações de programas de rádio, onde Agamenon foi entrevistado e fez as mesmas declarações. “Mas na Justiça certamente ele vai responder civil e criminalmente”, disse.
O ato teve o apoio de homens e representantes de outros segmentos sociais e sindicais, como o Sintasa, Sintese, bancários e OAB/SE. “Não tem nenhuma mulher que se sinta confortável ao ouvir as palavras que ele proferiu. Fora isso teve a agressão direta que foi feita na Câmara de Vereadores com palavrões. Esse comportamento dele fere a Lei Orgânica do Município, do regimento interno. Pedimos que o regime interno da Câmara seja cumprido e que o mandato desse vereador seja cassado por quebra de decoro porque ele não representa o povo de Aracaju”, concluiu Flávia.Já ao lado da Câmara durante a manifestação, os movimentos acabaram tendo um encontro inusitado com os policiais civis que também protestavam com relação às reivindicações próprias. O presidente do sindicato da categoria (Sinpol), Antônio Moraes, disse ser solidário às enfermeiras, médicos e professores. Com microfone em mãos Moraes, sugeriu a Agamenon que fiscalizasse também os delegados faltosos, se tivesse coragem. Nesse momento, Agamenon Sobral apareceu na janela da Câmara e lançou um beijo aos manifestantes, que tiveram isso como mais uma atitude de desrespeito do parlamentar.
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