Seja criança ou até mesmo na fase adulta, ter uma animalzinho de estimação é um sonho de muita gente e é bem verdade que adquirir um pet é uma atitude saudável e benéfica para a vida familiar. Esse ato estimula a responsabilidade, promove sentimentos de proteção, cuidado, amor e muita alegria.

Não somente cães e gatos, mas muitas pessoas estão decidindo investir tempo e recursos na possibilidade de ter animais silvestres como pet. E entre tantas opções, como porquinho da índia, papagaio, cágado, iguana, aranha e até cobra, a dúvida está em como escolher o animalzinho para compartilhar desse convívio familiar.

É possível ter um animal silvestre, desde que devidamente legalizado e adquirido de um criador licenciado. Neste caso, o animal vem com um microship e nota fiscal.

Os criadores licenciados devem ter inscrição no Cadastro Técnico Federal (CTF), este cadastro possui um certificado de regularidade emitido a cada trimestre que pode ser solicitado pela população ao criador ou questionado ao Ibama, em caso de dúvida. O cadastro possui acesso pela rede na página do Ibama podendo ser extraído tabelas com os criadores por estado e no país.

No entanto, não pode ser qualquer animal. Ter uma cobra em casa, por exemplo, é possível, mas desde que o animal não seja venenoso. De acordo com o Ibama, podem apenas os descritos como criatório no CTF, essa lista é dinâmica e deve ser verificada no site do órgão. Além disso, animais em extinção não podem ser criados de forma doméstica, apenas em locais devidamente autorizados para esse fim.

Segundo o Ibama, cobras peçonhentas, como a naja encontrada no Distrito Federal após picar um estudante em julho deste ano, somente podem ser mantidas em locais habilitados, como centros de pesquisa ou para fins comerciais da indústria farmacêutica, que produz remédios à base do veneno. Importar serpentes de espécies desconhecidas no país, além de ser considerado crime de tráfico de animais silvestres, implica no perigo de pessoas serem picadas e não haver soro antiofídico capaz de salvá-las.

Também em julho deste ano, uma operação da Polícia Federal de combate ao tráfico de animais silvestres em Aracaju, que contou com a participação de servidores do Ibama, prendeu duas pessoas e localizou 22 animais, sendo 17 serpentes, dois lagartos, dois jabutis e uma coruja. Para o Ibama foram direcionados seis animais entre cobras e jabutis. Desde janeiro deste ano até o dia 22 de setembro, segundo a Adema, 511 animais foram recolhidos, entre resgates, entrega voluntária e apreensões em Sergipe. A PRF também intensificou o trabalho de fiscalização e, este ano, já resgatou cerca de 250 animais silvestres em situação de risco.

O Ibama explica ainda que para manter cobras em residência, estas deverão ser adquiridas em locais autorizados pelo órgão ambiental estadual e oriundas de criadouros legais. É preciso também apresentar um protocolo que garanta a segurança no manuseio dos animais e adoção de medidas para manter um ambiente adaptado. Quem tem animais silvestres sem permissão e tenha adquirido de forma clandestina deve entregá-los de forma voluntária aos órgãos ambientais competentes, para evitar sanções como multas. O Ibama recebe denúncias pelo canal Linha Verde, no telefone 0800-618080.

Porém, o perfil do instagram @emcasa_sustentavel lembra que retirar animais da natureza para tentar domesticar seu comportamento, sempre é uma crueldade, seja com cobras, pássaros ou papagaios. Além disso, introduzir no país animais exóticos sem autorização é crime ambiental.

"Preservar os locais para que a vida silvestre se desenvolva, é uma missão de todos. Faça escolha consciente, animal doméstico ou silvestre, realize os protocolos corretos para sua criação e caso opte por Pet Silvestre, que seja legalizado. Vamos ajudar a manutenção da sustentabilidade ambiental do nosso planeta Terra", diz o perfil.

 

*Com informações do @emcasa_sustentavel e do Ibama