Entenda de que formas a violência contra a mulher pode se manifestar
Governo de Sergipe publicou uma peça de conscientização contra esse tipo de crime Cotidiano | Por Emerson Esteves e Ana Luísa Andrade 24/01/2023 11h28 - Atualizado em 24/01/2023 13h50Na última semana, o Big Brother Brasil despertou a atenção do país para o debate sobre a violência contra a mulher. Isso porque o relacionamento amoroso entre os participantes Bruna Griphao e Gabriel Fop apresentou uma série de comportamentos que podem ser considerados abusivos; o brother chegou a ameaçar agredir a atriz com "cotoveladas na boca" caso ela não parasse de falar.
O caso repercutiu tanto que foi necessária a intervenção do apresentador do reality show, Tadeu Schmidt.
Infelizmente, a violência contra a mulher também é uma realidade constante em Sergipe. Na semana passada, em Itabaiana, um homem foi preso após esfaquear a própria companheira e tentar invadir hospital para matá-la.
Na mesma semana, em Nossa Senhora da Glória, outra mulher foi esfaqueada no pescoço pelo seu companheiro. Em setembro passado, em Nossa Senhora do Socorro, mais uma mulher foi vítima de tentativa de feminicídio.
De acordo com dados do último Anuário Brasileiro de Segurança Pública, os casos de violência doméstica registrados no estado cresceram nos últimos dois anos. Enquanto em 2020 foram contabilizados 1.224 casos, em 2021 esse número subiu para 1.553.
Em seu extremo, a violência doméstica pode evoluir para o feminicídio. O número de ocorrências desse tipo de crime também apresentou um aumento no mesmo período. Em 2020, foram 14 casos registrados em Sergipe, subindo para 20 em 2021.
As tentativas de homicídio com vítimas mulheres também demonstraram um leve aumento, segundo o Anuário. Em 2020, foram 135 tentativas, enquanto que em 2021 houve 137.
Esses números traduzem uma violência cotidiana, que acontece principalmente dentro de casa, em geral cometida por pessoas conhecidas, com as quais a vítima tem ou já teve algum tipo de vínculo afetivo.
O documento também indicou o aumento no número de casos de ameaças contra mulheres, que saíram de 7.230, em 2020, para 7.691 em 2021.
Segundo a Polícia Civil de Sergipe, um dos principais mecanismos para reforçar o enfrentamento desse crime tem sido a concessão de medidas protetivas. Entre 2020 e 2021, foram 4.244 delas, sendo essa a terceira maior variação anual entre os estados brasileiros.
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Diante deste cenário, o Governo de Sergipe publicou um informe, por meio do qual visa conscientizar a população sobre os diferentes tipos de violência contra a mulher, que vão além da agressão física (confira no final da matéria).
O silenciamento da liberdade de manifestação de pensamento e de informação, a difamação, perseguição e ameaça também são condutas enquadradas na Lei Maria da Penha.
Violência não-física
Calar uma mulher também pode ser enquadrado na Lei Maria da Penha.
Em Sergipe, 607 mulheres (entre os anos de 2021 e 2022) tiveram sua liberdade de manifestação de pensamento e de informação silenciadas.
Entre, 2021 e 2022, 8.915 mulheres sofreram algum tipo de violência não-física, como difamação, perseguição e ameaça.
Fique atenta aos sinais. Violência contra a mulher não é normal, é crime! Denuncie.
Disque 180 (Nacional) | 181 (Investigação da Polícia Civil) | 190 (Urgência e Emergência)
Com informações do Governo de Sergipe