"É preciso destravar o coração de Paulo Guedes", afirma Heleno Silva | Joedson Telles | F5 News - Sergipe Atualizado

"É preciso destravar o coração de Paulo Guedes", afirma Heleno Silva
Blogs e Colunas | Joedson Telles 07/02/2021 09h14

O ex-deputado federal Heleno Silva (Republicanos) preconiza que, sem o Auxílio Emergencial do Governo Federal, milhões de brasileiros vão descer à linha da pobreza, sobretudo nas regiões Norte e no Nordeste. "São inúmeros os relatos que eu recebo nos programas de rádio que eu faço no sertão e em todo estado. A falta do auxílio emergencial está trazendo dificuldades grandes para o povo; no que diz respeito à alimentação. Coisa básica e simples. É preciso destravar o coração de Paulo Guedes, que só pensa em teto, em números, e não olha o lado social que o brasileiro precisa. Minha esperança são esses dois novos presidentes que chamaram o assunto para a pauta", diz.

Como avalia o momento político de Brasília, com as eleições de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco? 

A eleição dos novos presidentes, Arthur Lira e Pacheco, se desenhou um cenário político mais envolvido com as questões de Brasil. Arthur Lira ganha com a proposta de destravar projetos, reformas que para o governo é importante. Teve mais de 300 votos, e mostra que o governo Bolsonaro tem uma base para aprovar as suas reformas e PECs. O Senado Federal também. Os dois estão alinhados. Alegrou-me muito que eles falaram que não há vaidade entre Câmara e Senado; porque havia uma disputa nesse sentido, na legislatura passada. A Câmara de Rodrigo Maia queria um protagonismo, e o Senado de Alcolumbre também queria. No final, quem perdia era o Brasil. Outra coisa que me alegrou muito nos dois novos presidentes é eles trazer para o debate a questão do auxílio emergencial. Sem o auxílio, milhões de brasileiros vão descer à linha da pobreza. Uma escassez, um estado de fome começa a se desenhar, principalmente no Norte e no Nordeste. São inúmeros os relatos que eu recebo nos programas de rádio que eu faço no sertão e em todo estado. A falta do auxílio emergencial está trazendo dificuldades grandes para o povo; no que diz respeito à alimentação. Coisa básica e simples. É preciso destravar o coração de Paulo Guedes, que só pensa em teto, em números, e não olha o lado social que o brasileiro precisa. Minha esperança são esses dois novos presidentes que chamaram o assunto para a pauta.

Mesmo sem mandato, o senhor tem ido a Brasília tentar ajudar Sergipe. Como tem sido essa experiência? 

Eu tenho força no meu partido. Eles me escutam. Eu tenho dado opinião em alguns assuntos de interesse, principalmente do Nordeste. Muitas vezes, eles me consultam. Nosso líder agora é Hugo Mota, um deputado da Paraíba. No mundo da política, a força é o mandato. Às vezes, eu sinto isso, mas não me furto de participar das grandes reuniões, das grandes decisões. Eu tive lá acompanhando a decisão quando o partido decidiu apoiar Arthur Lira. Eu peço audiência a ministros para falar das questões de Sergipe. Estive com Damares; a coloquei para falar com a secretaria de ação social do estado, Lucivanda. Minha próxima audiência - que vou pedir - é com o ministro da Educação, para que coloque pra funcionar o Instituto Federal do Sertão. A obra foi concluída em Poço Redondo, e eu vou pedir essa agenda para os próximos 30 dias. Eu procuro dar a minha contribuição. A minha atividade é política. Eu conheço muita gente do governo Bolsonaro. Muitos deles são ligadas à ala evangélica, participam dos cultos. O que eu posso ajudar meu estado eu estou fazendo. É uma experiência interessante porque estou sem mandato, mas procuro sempre estar por perto.

O que projeta o Republicanos para as eleições 2022, em Sergipe? 

O Republicanos procura se reestruturar buscando recuperar espaços políticos que perdemos no passado. Começamos pela eleição municipal onde elegemos vereadores em dois principais colégios eleitorais. Dois vereadores em Aracaju e três em Socorro. Participamos da campanha ativamente. O nosso objetivo maior é reconquistar o mandato de deputado federal. Devemos isso. O Diretório Nacional quer isso. Temos um potencial muito grande no estado. Queremos eleger três deputados estaduais. Neste momento, Brasília sinaliza que o Congresso Nacional vai mudar as regras. As regras de 2022 não serão as mesmas regras eleitorais de 2020. Estamos trabalhando sem saber quais serão as regras do jogo. Se vai continuar se elegendo com sobra de votos, se para se eleger precisará de uma legenda completa, se será o distrital, que é uma forma que se fala muito em Brasília. Nela se elegem os mais votados. Nosso foco é eleger deputado federal e dois ou três deputados estaduais. Eu, Heleno, particularmente, já me lancei como pré-candidato a deputado federal. Já começo a caminhar por Sergipe falando o que penso, dos meus posicionamentos porque as minhas eleições sempre foram com a força do povo. Eu não posso me dar ao luxo de correr de última hora.

Já existe definição do agrupamento do qual fará parte o Republicanos? Nomes definidos para a disputa, além do seu?

Vamos caminhar com o agrupamento coordenado pelo governador  Belivaldo Chagas. Assim fizemos para prefeito e vamos fazer para governador. Belivaldo teve uma grande importância na escolha do partido em apoiar Edvaldo. Vamos acompanhar a decisão dele. Existem nomes colocados como pré-candidatos, a exemplo dos deputados Fábio Mitidieri e Laércio Oliveira. A gente deve caminhar por aí. O Republicanos vai caminhar neste sentido e vai estar junto. Sabemos da nossa força. A nossa experiência junto à oposição foi terrível. De falta de coesão, de amizade política... Nosso lado é esse. É por aqui que vamos caminhar e contribuir para que este grupo eleja o futuro governador.

O ex-deputado federal André Moura, que fazia parte desta mesma oposição também está neste agrupamento... 

Eu falei com ele. Todos erramos. Foi uma eleição individualizada. Todos perderam. É tempo de se aprender com os erros, sem mágoas. Na política não há espaço para isso. Temos que reconstruir novos projetos. Na eleição passada, houve muito erro; a disputa foi muito dura, principalmente para o Senado, onde seis candidatos tiveram uma votação expressiva. Foi um aprendizado. Não há mágoas sobre isso. Apenas se aprende.

Como estão as conversas para fortalecer a legenda em todo o estado?

As conversas estão boas. O nosso presidente Jony Marcos tem conversado muito com pré-candidatos, tem visitado, tem mostrado viabilidade. No entanto, agora temos dificuldade. São as regras do jogo. Os líderes dos maiores partidos no Brasil já definiram que as regras não serão as atuais. Desde que terminou a eleição de prefeito que estamos fazendo contato com pré-candidatos no interior do estado e na Grande Aracaju. Repare que o partido saiu fortalecido. Vamos recuperar o espaço político que perdemos. A prova disso é o resultado eleitoral em Aracaju e em Socorro, que são nossas principais bases. No sertão onde o povo de lá gosta muito de mim e onde vota em mim pelo meu trabalho, vamos recuperar  o nosso espaço político. Vamos ser peça importantíssima nas eleições do próximo ano.

O governo Bolsonaro está dentro da sua expectativa? Como avalia a atual gestão federal? 

O governo Bolsonaro assume o Brasil com a expectativa de retomada do crescimento econômico, de geração de emprego e enfrenta de cara esta pandemia que deixou todo mundo sem chão. Acho que o governo errou muito na condução do coronavírus. Errou por um lado, mas fortaleceu muitos municípios e estados pelo outro. A União liberou muito dinheiro para os estados. Muitas prefeituras se salvaram. Muitos prefeitos se reelegeram porque receberam um aporte financeiro grande do Governo Federal. Ao mesmo tempo, acho que o governo pecou muito por omissão, por exemplos, e, no final, mostra que a ciência está prevalecendo. Não se pode ir contra a ciência, mas alguns setores do governo foram neste sentido. Eu torço que o governo dê certo. Me preocupo muito com o Nordeste. Acho que o olho para o Nordeste precisa ser diferenciado, porque no Norte e no Nordeste se concentram o maior número de pessoas em extremamente pobres, onde se concentram o maior número de pessoas que não sabem ler e escrever, onde se concentram o menor número de vagas em universidades. Eu torço que o governo se equilibre, agora em 2021, que retome a economia; que 2022, a gente tenha um início de ano melhor que esse. Outra coisa que eu quero destacar são as linhas de crédito que o Governo Federal abriu para as grandes e pequenas empresas. As grandes tiveram um grande acesso. As pequenas nem tanto. Precisam os agentes públicos facilitarem para que os pequenos possam contrair os empréstimos com o juros baixo. Que o Governo Federal ajude para que o microempreendedor possa voltar a gerar emprego e conseguir renda com isso.

 

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Joedson Telles é um jornalista sergipano formado pela Universidade Federal de Sergipe e especializado em política. Exerceu a função de repórter nos jornais Cinform, Correio de Sergipe e Jornal da Cidade. Fundou e edita, há nove anos, o site Universo Político e é colunista político do site F5 News.

E-mail: joedsontelles@gmail.com

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