"Não vou procurar outro caminho", diz Laércio | Joedson Telles | F5 News - Sergipe Atualizado

"Não vou procurar outro caminho", diz Laércio
Blogs e Colunas | Joedson Telles 16/11/2021 07h15

O deputado federal Laércio Oliveira (Progressista), ao comentar a possibilidade de a sua pré-candidatura ao Governo do Estado ter o apoio do presidente Jair Bolsonaro, deixa evidente que não pensa em radicalizar, mas em manter a união do bloco governista em Sergipe. "Sou da base do governo, o coordenador do meu agrupamento político é o governador Belivaldo Chagas, desejo ser governador do Estado, mas desejo estar na chapa majoritária. Eu não sou um político radicalista. Eu não vou procurar outro caminho, mas a condição de me colocar à disposição para estar no espaço majoritário do meu partido é uma flexibilidade que eu me permito ao governador na hora de fazer a escolha dos nomes", diz Laércio Oliveira.

A Fecomércio está otimista quanto a recuperação da economia, dos empregos, no pós-pandemia?

Muito otimista, principalmente com a perspectiva de futuro. A gente enfrenta um problema muito sério, que eu percebo que o secretário especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, tem focado muito nisso, mas que a gente tem o dever de casa ainda para fazer que é com referência à burocracia, a segurança jurídica e a produtividade. O país tem um número muito ruim no ranking de competitividade mundial. A gente precisa recuperar isso. Não é possível um cidadão desejar abrir um negócio e existir tanta burocracia. Não é possível uma pessoa que queira começar seu negócio e deseje um financiamento público pelos bancos oficiais do país ser necessário tanta burocracia. Fica difícil desenvolver a economia do nosso estado. É o setor privado que mais emprega no país. No Brasil, existem, hoje, 14 milhões de desempregados, mas existe uma dificuldade de formar empreendedores. A partir do momento que a gente destrava isso, começa a perceber que pode trazer um benefício muito grande em relação ao desemprego. Quando o pequeno empresário percebe que o negócio dele está aquecido, ele contrata e mantém o trabalhador formalmente. São esses eixos extremos que a gente precisa aproximar - e acho que esse é um bom começo. Estou muito otimista quanto a isso. Estou fazendo minha parte, enquanto entidade de classe para que possamos alcançar esses resultados.

Quais as suas principais realizações à frente da Fecomércio?

Somente em obras, sob minha administração, entregamos o Hotel Sesc Atalaia, a Galeria de Arte do Sesc, a nova unidade Sesc Raymundo Juliano, Senac Propriá, reforma do Senac de Tobias Barreto, além do Senac de Nossa Senhora da Glória, maior escola profissionalizante do interior sergipano, e vamos inaugurar o Sesc Itabaiana, além de estarmos em fase final das obras do Senac Aracaju. São obras que geraram milhões em investimentos e centenas de empregos gerados, além da formação profissional de muitos sergipanos. Temos conquistado muitas ações importantes para os empresários, a exemplo do desenvolvimento do programa de negócios internacionais, levando as empresas sergipanas a exportar sua produção, conseguimos trabalhar conjuntamente com o Governo do Estado várias medidas benéficas para as empresas locais, dando mais competitividade ao mercado, foram várias lutas na defesa do setor empresarial, sendo muitas conquistas. Além de todo o trabalho para o fortalecimento de Sesc e Senac no estado, por nossas unidades móveis. Somente o Sesc Saúde Mulher, atende mais de 9 mil mulheres por ano, ajudando a prevenir o câncer de mama e colo do útero. Além de tudo, nosso trabalho ajuda a salvar vidas.

A CPI da Covid-19 mais ajudou ou atrapalhou?

A CPI não serviu para nada. Tem só um turismo para ser feito, já que vão nos órgãos internacionais levar o resultado. Além de ter gasto fortunas em seis meses de trabalho pra nada, ainda vão fazer turismo. Eu lamento muito isso. O que a sociedade brasileira espera dos seus políticos não é um comportamento como esse. A sociedade quer ver ações proativas em favor dela e não momentos tristes como esse que a gente viveu. Acabaram culpando pessoas inocentes. É tanto que colocaram e tiraram da lista. Não tem consistência. A gente precisa esquecer esse momento. Essa é uma página triste da política brasileira. Eu lamento muito porque essas pessoas poderiam estar focadas em outra coisa, já que viemos de um momento muito difícil. O momento da pandemia foi quando todos nós, enquanto agentes públicos, deveríamos estar preocupados em ver o que podemos proporcionar com nosso esforço, com a atuação que temos em cada região do país, o que a gente pode fazer para diminuir o sofrimento das pessoas. Eu não preciso encontrar culpados. Preciso encontrar saídas, preciso salvar vidas. Mas, infelizmente, se formou um palanque em cima de uma coisa tão grave que aconteceu com a gente. Chegamos a resultado nenhum. A sociedade, mais uma vez, pagou essa conta.

Animado com a pré- candidatura ao governo?

Eu durmo e acordo com este pensamento. Credenciar-me, fazer minha parte, mostrar a sociedade porque quero ser governador do Estado. Tenho muita vontade de exercer esse cargo, e quero trabalhar olhando para meu estado como eu sonho hoje. Hoje, eu penso um estado progressista, com um potencial de desenvolvimento extraordinário que entenda a particularidade de cada região, tentar entender que nossa extensão territorial nos favorece porque a gente pode desenvolver ações revolucionárias em termos de políticas públicas e sociais. Hoje, eu estudo isso e vou caminhando, conhecendo as pessoas e dizendo em cada município o porquê quero ser governador. Espero que, no momento certo, a gente possa ter sabedoria e escolher o melhor nome para fazer o enfrentamento. Essa consciência a gente precisa ter. Vamos fazer o enfrentamento e para isso precisamos de pessoas qualificadas. O grupo vai ter que escolher. Felizmente, temos bons nomes, mas a gente só pode escolher um. Teremos que ter sabedoria suficiente para escolher quem fará esse enfrentamento.

E o time? Está demorando definir os nomes?

Acho que não existe um time definido . Na minha opinião, o time é a legislação eleitoral - dessa, a gente não pode fugir. Até lá, cada um mostre a sociedade por que quer ser e pra que quer ser. Eu acho que esse é um exercício muito interessante e nada melhor que o tempo para convencer a sociedade. A partir daí, vamos ter o momento político de juntar as cabeças boas do nosso estado para fazer uma força de ação que vai proporcionar a vitória nas próximas eleições. Quem tiver mais habilidade e competência para fazer isso ser o vencedor.

O presidente Jair Bolsonaro cogita apoiar uma pré-candidatura do senhor ao Senado. Há a possibilidade de apoio dele para sua pré-candidatura ao governo?

Realmente essa é uma conversa que a gente está amadurecendo e, felizmente, eu tenho colocado alguns discursos que tenho utilizado como regra. Sou da base do governo, o coordenador do meu agrupamento político é o governador Belivaldo Chagas, desejo ser governador do Estado, mas desejo estar na chapa majoritária. Eu não sou um político radicalista. Eu não vou procurar outro caminho, mas a condição de me colocar à disposição para estar no espaço majoritário do meu partido é uma flexibilidade que eu me permito ao governador na hora de fazer a escolha dos nomes. Eu acho que todo mundo deveria carregar consigo esse pensamento. Eu soube que em Sergipe o presidente quer um senador e que o nome conversado foi o meu. Eu não conversei com o presidente ainda, mas se esse for o desejo do presidente e se isso de alinhar com o meu agrupamento político eu acho que também estarei na disputa e trabalhando pelo meu time do mesmo jeito. O que importa é que gente forme um time vencedor.

A maioria do agrupamento é mais próxima do ex-presidente Lula. Isso pode ser um problema?

A gente vai ter que decidir se vai nacionalizar a política ou estadualizar. Vamos separar em dois momentos? Vamos priorizar a política local e deixar a nacional para outro momento. A gente não vai declarar nosso candidato a governador é um, a senador é outro, nossos deputados são outros e nosso presidente é outro. A gente precisa separar as coisas. Essa conversa distorcida em alguns momentos é para tumultuar o processo. É preciso entender que os cenários mudam bastante e facilmente. De repente, existe uma situação confortável hoje, mas amanhã não é assim. Na política, a gente precisa ter a primeira, segunda, terceira, quarta e quinta via. A gente deve ter a capacidade de entender quem são os melhores e os que farão com que nosso estado seja melhor.

Como administrar a situação sem prejuízos?

Para o nosso estado, a receita que eu quero profetizar é que vamos cuidar da nossa política. Vamos cuidar da nossa política local. Vamos fazer o enfrentamento local. Segundo turno cada um escolhe como fazer. Se durante o processo local Bolsonaro quiser vir a Sergipe, eu faço o palanque de Bolsonaro. Se vier outro candidato a presidente e alguém do nosso agrupamento for aliado a este candidato, faça o palanque. A pessoa está atendendo a um correligionário. Ou vai dar as costas? Rodrigo Pacheco do PSD pode ser candidato. Se vier a Sergipe, vão fazer o palanque dele. Mas que isso não contamine nossa campanha. Depois, no segundo turno, cada um resolve o que vai fazer.

O senhor tem conversado isso com o grupo?

Eu tenho procurado ser transparente com o grupo, porque acho que essa é a melhor política. Quando eu coloquei no meu coração o desejo de ser governador, na primeira entrevista que eu dei eu disse logo. Eu já quebrei um paradigma de às vezes a pessoa querer ser, mas falar que ainda está decidindo.

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Joedson Telles é um jornalista sergipano formado pela Universidade Federal de Sergipe e especializado em política. Exerceu a função de repórter nos jornais Cinform, Correio de Sergipe e Jornal da Cidade. Fundou e edita, há nove anos, o site Universo Político e é colunista político do site F5 News.

E-mail: joedsontelles@gmail.com

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